sexta-feira, 19 de outubro de 2007

creio que qualquer ato envolvendo a escrita é de singular importância e dificuldade.
tanto na prosa quanto na poesia, o autor declina de tamanha, senão toda, responsabilidade existente no mundo; 'o que escrevi é bom?'. alguns escrevem por dor de cotovelo, outros por contato momentâneo com as forças líricas do universo, outros com o âmbito de serem lidos e, alguns, por necessidade. uma necessidade estranha, algo que ultrapassa as simples concepções criadas por nós, leitores que escrevem, não escritores.
um grande abismo é traçado entre a realidade e a ficção; entre a poesia e eu; entre o conto e o murilo; entre o romance e o canella. tal abismo é preenchido pelo deleite da leitura, a livre observação de pontos ínfimos e, a famigerada criação. criação que às vezes tarda, mas vez por outra vem. sempre escrevo, talvez seja minha perdição. escrevo por escrever, não me importo com a qualidade, pois o leitor, na maioria das vezes, sou eu mesmo. mas a exposição á galhofa atrai minhas atenções. queria poder compartilhar um pouco da minha visão, de mim, das minhas adversas sensações, do que penso e do que sou. para tanto, decidi escrever aqui.

não vou contribuir para mais um 'olhar-para-o-umbigo', como vem acontecendo com a maioria das pessoas que escrevem, inclusive com os aclamados escritores. quero escrever aqui o que sinto, não mais que isso. não quero fazer desse espaço um diário virtual; não quero que minhas palavras sejam interpretadas como as de um pseudorebelde em fase de maturidade; não quero que encarem o que escreverei como arte; não quero uma palavra à favor, seja ela qual for; não quero um rótulo por isso; não quero ser ninguém aqui, quero ser uma simples pessoa que escreve, só escreve. só escreve, sem se preocupar com gostos ou convencionalismos; que só é, e não mede as consequências disso.

embora pareça, isso não é mais um 'umbigo' no mundo.